Marina Lúcia:

entre recaídas, o retorno

A história de Marina Lúcia, natural de Santos, SP, é uma daquelas marcadas por reviravoltas. Sempre trabalhou na área gastronômica. “Eu não consigo largar mais dessa droga”, fala Marina ao relatar como se sentia nos primeiros contatos com o crack.

(Arquivo pessoal/Mariana Lúcia)

Marina Lúcia conhece bem as ruas da Cracolândia, em São Paulo. Durante mais de uma década, elas foram seu abrigo improvisado, seu mundo à parte. 

Cercada por desafios e dores, sua história poderia ter seguido um caminho sem retorno. Mas foi ali, no caos que muitos evitam até olhar, que ela encontrou o começo de uma nova jornada.

Tudo mudou quando Marina cruzou o caminho de um missionário da Missão Belém. Ele, que também havia vivido naquelas mesmas condições, não ofereceu apenas ajuda, mas um testemunho vivo de que uma saída era possível.

Foi uma virada muito boa em minha vida

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- Marina Lúcia

Marina Lúcia

A transição, no entanto, não foi linear. Depois do acolhimento inicial pela missão, vieram as recaídas momentos em que o passado parecia mais forte do que a vontade de seguir em frente. 

Marina Lúcia

Mas, em cada tropeço, Marina sentia algo maior a sustentando. “O tanto que eu tentei fugir, mas Deus me chamava para isso”, confessa, com um sorriso que mistura dor e gratidão.

Marina na Missão Belém (Arquivo pessoal/Marina Lúcia)

Para ela, estar em uma missão diariamente na Cracolândia é uma forma de devolver o que recebeu. Ela sabe que cada pessoa do “fluxo“, como são chamadas as áreas de uso intenso de drogas, carrega uma história única.

Na pastoral, não forçamos nada. A leitura da Bíblia só acontece quando eles pedem. Nosso papel é estar ali, próximos, mostrando com nossas vidas que há um outro caminho

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- Marina Lúcia

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Marina acredita que o poder de transformação está no testemunho: “Nosso testemunho é o que faz os irmãos e as irmãs entenderem que, de fato, é possível”.

Marina Lúcia

E assim, de um canto esquecido de São Paulo, Marina Lúcia segue sua missão: transformar dor em esperança, mostrando que mesmo nos lugares mais sombrios, a luz ainda pode encontrar espaço para brilhar.

(Arquivo pessoal/Marina Lúcia).

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