Vidas na Cracolândia

Imagens: Welinton Moraes

Nas ruas da maior metrópole da América Latina, um fenômeno cresce há décadas, refletindo a complexidade de questões sociais, econômicas e humanas: o uso de substâncias químicas, drogas, a céu aberto. Conhecida como Cracolândia, essa realidade não se limita a um território fixo. É uma experiência itinerante marcada pela vulnerabilidade e pela busca incessante por sobrevivência.

Presente em diversos estados do Brasil, em São Paulo, os frequentadores desse espaço a apelidaram defluxo. Um nome que, por si só, traduz o movimento constante de pessoas e histórias que se entrelaçam, dignas de um filme real, diante da diversidade de pessoas em um território.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, na cidade de São Paulo existem 72 Cracolândias e não apenas uma no centro.

Neste lugar, não há fronteiras fixas, têm pobres, ricos e têm pessoas que nunca estiveram em alguma dessas classes, ou seja, os invisíveis pela sociedade, mas existe um cenário que permanece: o enfrentamento diário à precariedade, à exclusão social e à ausência de políticas públicas eficazes.

Localização da atual Cracolândia de São Paulo em 2024/Fonte: Google

A origem do desafio social

De acordo com o Dr. Guilherme Guatteri, antropólogo, a história da Cracolândia de São Paulo começa no bairro de Campos Elíseos, na década de 1980, um local que já havia vivido dias de glamour. Ponto de encontro de artistas e celebridades, o bairro, repleto de teatros e cinemas, viu-se lentamente envolvido por uma teia de ilegalidade. Com o tempo, o que antes era um reduto cultural tornou-se conhecido como a “Boca do Lixo”, dominado pela prostituição, pelo tráfico de drogas e pelas salas de cinema pornográfico.

Conforme o antropólogo, na década de 1990, a chegada de uma droga barata e devastadora, o crack, marcou o estopim para a transformação do território. As periferias se tornaram palco de um mercado de drogas em ascensão, onde a violência contra os usuários, chamados de ‘noias‘, passou a ser a regra imposta pelos traficantes. Marginalizados e perseguidos, esses indivíduos encontraram refúgio no coração da cidade, na Boca do Lixo, um local onde práticas ilegais já estavam profundamente consolidadas.

Guilherme Guatteri no fluxo da Cracolândia, 2023 (Arquivo pessoal/Guilherme Guatteri).

O avanço da metrópole e a exclusão

O pesquisador Dr. Marcelo Batista Nery, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e do Núcleo de Estudos da Violência (NEV-USP) no Programa Cidades Globais, também da USP, contextualiza o surgimento da Cracolândia com o aumento da metrópole de São Paulo.

Marcelo Batista

No fluxo, ainda na década de 1980, o cenário era de abandono e miséria. Sob o céu da capital paulista, reuniam-se os mais vulneráveis: pessoas em situação de rua, prostitutas de baixa renda, imigrantes sem oportunidades, portadores do vírus HIV, usuários de drogas injetáveis e aqueles que, simplesmente, não encontravam outro lugar para existir.

Marcelo Batista

Higienização humana​

A Cracolândia de São Paulo é um espaço onde os direitos humanos são violados, e a sobrevivência, em sua forma mais crua, torna-se a única regra. Realizada diariamente, a limpeza na Cena de Uso, acontece por volta das 8h às 10h e das 16h às 17h.  

Marcelo Batista

Imagens: Welinton Moraes

O Fluxo não para

Classificados como itinerantes, os frequentadores da Cracolândia, em 30 anos, não permanecem em um único local. Após sucessivas intervenções policiais, esses grupos acabam se dispersando por toda a capital paulista, deslocando-se constantemente em busca de refúgio. Esse movimento, longe de solucionar a questão, cria uma falsa impressão de que a vulnerabilidade social foi superada. A vulnerabilidade, entretanto, não desaparece, ela apenas se espalha, escondendo-se nos cantos da cidade.

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O fácil acesso a entorpecentes, aumenta o consumo, como a gente tem uma facção hegemônica em São Paulo, conhecida, que mostra o seu poder dentro e fora do sistema penitenciário, fica evidente que essa força tenha como base o poder econômico e social, facilitando as agências criminosas de oferecer o produto

- Marcelo Batista

O fluxo de São Paulo não é só a concentração de pessoas em vulnerabilidade. É um reflexo de uma sociedade que falha em reconhecer, acolher e transformar. É um território humano, feito de histórias reais, que seguem sendo escritas na invisibilidade da maior cidade do Brasil.

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Na cracolândia está reunido um dos grupos mais vulneráveis da sociedade paulistana.

- Marcelo Batista

Lá se foram 30 anos: cracolândia, um território urbano da exclusão

Três décadas se passaram desde que a Cracolândia emergiu no centro de São Paulo, consolidando-se como um símbolo das contradições urbanas e sociais da maior metrópole da América Latina. A resistência do local, paradoxalmente, se firmou entre manchetes sensacionalistas que circularam pelo mundo, expondo imagens de degradação humana e alimentando estigmas que aprofundaram o preconceito de uma população já marginalizada.

Reportagens e documentários mostram corpos degradados pela pobreza, mas poucos exploravam as raízes históricas e estruturais da Cracolândia. Esse viés não só reforçou preconceitos como também mascarou as complexas dinâmicas que sustentam o território.

Para o Dr. Guilherme Guatteri, antropólogo italiano que desenvolveu sua pesquisa de doutorado sobre a Cracolândia de São Paulo enquanto um espaço quilombola, a luta por sobrevivência, resistência e reconstrução social ocorre no fluxo, que define o território.

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É um local de resistência, onde os marginalizados se reúnem para criar uma espécie de refúgio coletivo.

- Guilherme Guatteri

A comparação com os quilombos históricos, comunidades formadas por escravizados fugirem em busca de liberdade evidencia a luta por sobrevivência em meio à hostilidade social e institucional.

Guilherme Guatteri

Lecuca: o perfil dos frequentadores

Dados recentes divulgados do Lecuca, do ano de 2022, sobre o Levantamento da Cena de Uso em capitais, apontam que frequentadores vivem há pelo menos dez anos na região. O levantamento também aborda o perfil dos locais em que há aglomeração de usuários nas cidades de São Paulo, Fortaleza e Brasília, bem como os fatores que ocasionam a ida deles para essas regiões. 

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

Os dados apontam que a população da Cracolândia não é uma população recente e que ela se renova frequentemente. A partir deles foi possível constatar que esse é um processo que ocorre por fatores históricos e sociais, longe de ser um retrato de momento, e, sim, uma ocorrência de anos. 

Conforme a Dra. Clarice Sandi Madruga, psicóloga e pesquisadora da UNIFESP e SPDM, a proposta da pesquisa Lecuca é baseada na coleta de dados com pessoas em situação de rua nos fluxos das cenas de uso, buscando compreender a adesão desse público às estratégias de redução de danos, à assistência básica e ao tratamento. A pesquisa também mapeia o perfil dos participantes, suas demandas e prioridades de urgência.

Inicialmente chamada de Perfil dos Usuários da Cena de Uso da Luz, a pesquisa evoluiu para o Lecuca Cena de Uso de Capitais. Em 2021, com o apoio de verba federal, sua metodologia foi replicada em mais duas capitais: Brasília e Fortaleza. “O nosso sonho é que a pesquisa se expanda para outras capitais”, afirmou Clarice.

A quinta onda do Levantamento da Cena do Uso foi realizada com uma amostra de 357 pessoas.

Equipe 5º Onda São Paulo 2021/2022 (Arquivo pessoal/Lecuca)

No entanto, para que esse desejo se concretize, é essencial estabelecer parcerias com gestores públicos ou instituições acadêmicas, dado o impacto e a relevância dos dados obtidos.

Um fato marcante relacionado à pesquisa Lecuca ocorreu durante a gestão pública de 2017, quando uma operação policial em São Paulo resultou na dispersão de usuários de substâncias químicas. O estudo foi conduzido no mesmo período da intervenção e revelou, por meio de dados, que a ação não foi eficaz, contrariando a declaração do então prefeito João Doria de que a Cracolândia havia acabado.

Para o Dr. Guilherme Guatteri, as intervenções realizadas nos últimos anos na Cracolândia evidenciam uma clara violação dos direitos humanos. Ele afirma: “Apenas os nomes de algumas das operações policiais realizadas no bairro nos últimos dez anos já são suficientes para revelar o rosto terrível com que o Estado se apresenta: Dor e Sofrimento (2012), Sofoco (Sufocamento) (2022) e Caronte (2022)”. Para ele, esses nomes são símbolos de uma abordagem que reflete a violência sistemática e a opressão imposta à população.

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

Apesar das intervenções policiais, a Dra. Clarice ressalta que existe um cuidado por parte dos profissionais da área da saúde que, independentemente da gestão pública vigente, realizam ações de zelo pela população em situação de vulnerabilidade social.

Clarisse Sandi

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

aspas

Não se resolve a Cena de Uso fazendo ações apenas na Cena de Uso.

- Clarice Sandi Madruga

O Estigma

A Cena de Uso de São Paulo é frequentemente cercado por preconceitos, desinformação e estigmatização. Entre os equívocos mais comuns estão as suposições sobre quem ocupa o local onde se concentram os usuários de substâncias químicas. Dados da pesquisa Lecuca revelam que a realidade é bem diferente: a Cena de Uso não é composta majoritariamente por imigrantes, refugiados ou pessoas em situação de rua.

aspas

A grande maioria dos frequentadores da Cena de Uso não são pessoas que estavam em situação de rua.

- Clarice Sandi Madruga

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

Clarisse Sandi

Presos em uma prisão a céu aberto, carregada pelo peso do estigma, os usuários enfrentam enormes dificuldades para deixar o território. Em entrevista, Clarice Sandi Madruga explicou que a terminologia “Cracolândia” vem sendo evitada e substituída por “Cena de Uso”, devido ao seu alto teor pejorativo. Da mesma forma, o termo “dependentes químicos” tem sido gradualmente trocado por expressões como “usuários da cena” ou “frequentadores da cena de uso”, refletindo uma abordagem mais humanizada e menos estigmatizante.

Clarisse Sandi

Na perspectiva da Dra. Clarice Sandi Madruga, embora a Cena de Uso possa ser vista como um espaço de resistência diante da vulnerabilidade social enfrentada por esse grupo, é crucial que esse território não seja romantizado por setores da sociedade. A pesquisadora enfatiza que a gravidade da crise de saúde pública vivenciada ali exige uma abordagem responsável e realista, que priorize soluções efetivas e humanitárias.

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

Clarisse Sandi

De acordo com o antropólogo Dr. Guilherme Guatteri, o fluxo é caracterizado como uma concentração de pessoas ao ar livre, que pode reunir até mil indivíduos em cruzamentos, praças ou ao redor de barracas improvisadas.

O ponto central desse aglomerado é o mercado de crack e outras substâncias químicas, assim como o consumo imediato no local. Entretanto, ao redor dessa atividade, diversas outras práticas se desenvolvem: fabricação e venda de cachimbos, contrabando de cigarros, comércio de roupas usadas, prostituição, dança, capoeira, churrascos e uma ampla gama de relações sociais e econômicas.

Fonte: Lecuca, Levantamento da Cena de Uso, 2021

O próprio nome que lhe foi atribuído pela mídia, “Cracolândia”, e que hoje é usado por grande parte das pessoas em São Paulo, bem como pelos próprios moradores do bairro e pela comunidade de usuários, reduz enormemente a complexidade deste luga

Guilherme Guatteri

A identidade da cena de São Paulo

O termo “Cena do Uso“, carregado de peso simbólico e social, evoca imagens de exclusão, mas também revela a complexidade de um território profundamente humano que é único no coração de São Paulo. Ali, entre vielas e esquinas marcadas pelo consumo, pulsa uma identidade que transcende estigmas e reflete as contradições de uma metrópole em constante tensão entre progresso e abandono.

A cientista social Me. Kátia Isicawa, que trabalha com dependência química e pessoas em situação de vulnerabilidade social desde 2012, contribui para a pesquisa Lecuca. Com experiência em comunidades terapêuticas, Kátia relata que, ao atuar nesse campo, também enfrentou o estigma social: 

aspas

Eu já ouvi de várias pessoas: você não tem medo? E respondi: Gente, eles são pessoas iguais a gente

- Kátia Isicawa

Em 2021, Kátia se juntou ao Lecuca como pesquisadora. “O primeiro dia que coloquei o pé na Cracolândia foi assustador”, compartilhou ela, destacando o impacto inicial de entrar em um território marcado por tanta dor e complexidade.

Kátia Isicawa

Como um espelho quebrado, a Cracolândia reflete múltiplas realidades,  o descaso das políticas públicas, a resiliência daqueles que ali vivem, e as iniciativas que tentam reconstruir laços fragmentados. Não é apenas um espaço de sofrimento, mas também de encontros inesperados, de comunidades informais que se formam em meio ao caos, e de sonhos que insistem em sobreviver. 

aspas

Eles são invisíveis. Mas ali eles existem nesse espaço.

- Kátia Isicawa

Como um espelho quebrado, a Cracolândia reflete múltiplas realidades,  o descaso das políticas públicas, a resiliência daqueles que ali vivem, e as iniciativas que tentam reconstruir laços fragmentados. Não é apenas um espaço de sofrimento, mas também de encontros inesperados, de comunidades informais que se formam em meio ao caos, e de sonhos que insistem em sobreviver. 

Kátia Isicawa

Em complemento, na percepção da Dr. Clarice Sandi, o que ocorre na sociedade é que as pessoas estão acostumadas a encaixar os usuários da Cena de Uso com pessoas em situação de rua, o que, na realidade, não é a mesma coisa. Ela ressalta que, embora haja uma interseção entre esses grupos, os usuários da Cena de Uso têm uma dinâmica própria e complexa, que vai além da simples categorização de moradores de rua, desafiando a forma como a sociedade os enxerga e lida com essa questão.

Clarisse Sandi

Cada passo dado na Cracolândia é um mergulho em camadas de histórias: memórias de quem perdeu tudo, esperanças de quem busca recomeçar e a luta diária de organizações e movimentos que enxergam ali não um território perdido, mas um campo fértil para a reconstrução de vidas.

aspas

Ressignificar, é difícil.

- Kátia Isicawa

Marcelo Batista

Em meio ao fluxo, um movimento chama a atenção dos usuários da cena: uma rede de apoio diversa formada por coletivos, ONGs e entidades religiosas. Essas ações, com um propósito comum, buscam garantir os direitos humanos velados.

Kátia Isicawa

Políticas públicas é necessário

Este território, tão particular e, ao mesmo tempo, tão representativo das desigualdades urbanas brasileiras, guarda em sua essência uma identidade que não pode ser ignorada, nem simplificada. 

Na Cracolândia, pensar em políticas públicas não é apenas responder a uma crise; é questionar o que significa, para uma sociedade, reparar, reconstruir e reconhecer a humanidade onde muitos só veem o vazio. É buscar soluções que não tratem apenas os sintomas, mas também curem as feridas abertas pela desigualdade, devolvendo a dignidade àqueles que foram historicamente esquecidos.

Kátia Isicawa explica que as políticas públicas são fundamentais para garantir os direitos humanos básicos para todos, especialmente para aqueles que vivem à margem, como os usuários da Cracolândia. Ela destaca que é necessário um olhar cuidadoso e humanizado para promover verdadeiras mudanças e assegurar que as necessidades de cada indivíduo sejam atendidas de maneira digna e justa.

Kátia Isicawa

As políticas públicas dependem da atuação efetiva do Estado em promover ações de reintegração social, pautadas na oferta de programas de saúde, assistência e geração de oportunidades. Essas iniciativas devem transcender abordagens pontuais para transformar realidades marcadas pela vulnerabilidade. Dentre os programas que foram criados ao longo dos anos se destacam:Recomeço (2023-2022) Braços Abertos (2024-2026) Redenção (2017-2020) e Reeencontro (2021), todos com características em comum, a não continuação.

aspas

Por isso que sempre temos que brigar ou lutar por investimentos na saúde, educação, assistência social e assim por diante

- Kátia Isicawa

Kátia Isicawa

Redução de Danos

A política de redução de danos é mais do que uma estratégia de saúde pública; é um cuidado humanizado que enxerga o outro em sua complexidade. 

Conforme a cientista social Kátia Isicawa, a redução de danos tem como algumas das propostas oferecer água para evitar a desidratação, manteiga de cacau para aliviar o ressecamento dos lábios e auxiliar na emissão de documentos básicos, como o RG. É, sobretudo, cuidar das pessoas enquanto ainda enfrentam a dependência, garantindo sua dignidade.

Kátia Isicawa

Movimentos sociais em busca de dignidade

Segundo o Dr. Guilherme Guatteri, a contradição da Cracolândia emerge da diversidade e da quantidade de atores que se formaram no território ao longo do tempo, ou que nele intervieram. Coletivos e projetos sociais autogeridos lutam diariamente contra os abusos do Estado e as desigualdades estruturais; a polícia exerce uma força brutal e repressiva; as igrejas evangélicas buscam redimir almas, enquanto as instituições públicas implementam seus projetos de renovação. As ruas são constantemente atravessadas por atividades de caráter humanitário e operadores sociais.

Marcelo Batista

aspas

A dor e a miséria coexistem com formas de resistência, expressão artística e uma dinâmica de subcultura. Mesmo em meio à violência e ao sofrimento, a área mantém uma identidade única e vibrante, com um espírito de liberdade e contracultura.

- Guilherme Guatteri

Guilherme Guatteri

O uso do crack, embora seja uma característica comum entre essas pessoas, não é o aspecto central da identidade do território, mas apenas um traço secundário que não define completamente quem são. 

A diversidade das origens e nas trajetórias de vida dos indivíduos é um ponto importante para compreender a complexidade do fenômeno da Cracolândia. A narrativa frequentemente associada à região, de abandono e degradação, tende a obscurecer a multiplicidade de histórias que coexistem ali, criando uma visão muitas vezes distorcida ou reducionista sobre os moradores e frequentadores desse espaço.

Para a Dra. Clarice Sandi, é essencial que surjam cada vez mais redes de apoio na Cena de Uso, pois é por meio desses movimentos sociais diversos que cada usuário pode encontrar acolhimento alinhado à sua identificação com o foco de determinado grupo. No entanto, a pesquisadora destaca a importância de que essas atividades estejam alinhadas aos princípios dos direitos humanos.

Clarisse Sandi

aspas

É necessário que existam diretrizes claras e fiscalização. Uma vez que esses movimentos sociais recebem apoio do governo, devem seguir normas de saúde e assistência que garantam atendimento para todos

- Clarisse Sandi

Clarisse Sandi

Clarice destaca ainda que, em casos de violação dos direitos humanos dentro de movimentos sociais, é fundamental que a população denuncie essas situações. Ela enfatiza a importância da conscientização e da ação cidadã para garantir que os direitos de todos sejam respeitados e que os abusos sejam responsabilizados.

A assistência oferecida pelos movimentos sociais, que incluem ONGs, coletivos e entidades religiosas, não se configura como Assistência Social. Segundo o Dr. Marcelo Nery, os movimentos sociais surgem a partir de uma causa comum, que visa conscientizar, buscar direitos ou promover mudanças sociais

Marcelo Batista

aspas

É a tentativa de oferecer o que o poder público não dá.

- Marcelo Batista

Políticas públicas, redução de danos, comunidades terapêuticas e a assistência à saúde, conforme a fala dos especialistas, são elementos primordiais, com a gestão pública visando à reintegração dos usuários e à proteção desses indivíduos em situação de vulnerabilidade. 

Buscar resolver a questão da Cracolândia é uma temática complexa, diante de uma sociedade marcada por grupos vulneráveis e diversas desigualdades.

A sociedade, ao perceber a falta de amparo público, tenta suprir essa lacuna por meio de ações sociais, oferecendo dignidade a pessoas em situações extremas, algo que deve ser reconhecido como um direito humano. 

Já aqueles que não conseguem se doar diretamente, seja por limitações geográficas ou financeiras, podem contribuir no combate ao estigma que essas pessoas carregam, ajudando a quebrar preconceitos e promovendo uma inclusão mais efetiva.

Quem são os movimentos sociais?

Formado por missionários, entidades religiosas, ativistas da redução de danos, coletivos de diversas temáticas e ONGs, esse conjunto de iniciativas tem algo em comum: o compromisso de oferecer apoio a quem mais necessita. 

Direitos humanos para todos

Direitos humanos são garantias universais que protegem a dignidade, liberdade e igualdade de todas as pessoas, independentemente de raça, gênero, religião ou condição social.

Conheça os testemunhos

Relatar uma mudança significativa na vida é dar voz, por meio do relato, ao orgulho de superar desafios e alcançar a gratidão após momentos difíceis.